A dopamina, apresentada sob a forma de cloridrato, é um fármaco de notável importância clínica, especialmente em contextos de desequilíbrios hemodinâmicos severos. Produzida e comercializada em diferentes dosagens, a dopamina é frequentemente utilizada para estabilizar pacientes em estado crítico, demonstrando eficácia em uma ampla gama de condições médicas.
Indicações e Aplicações Terapêuticas
A dopamina é indicada para tratar uma variedade de condições em que o suporte hemodinâmico é necessário. Entre as principais indicações destacam-se:
- Choque de múltiplas etiologias: incluindo traumas, hemorragias e septicemias endotóxicas.
- Síndrome de baixo débito cardíaco: particularmente após cirurgias cardíacas.
- Preparação pré-operatória de pacientes de alto risco.
- Insuficiência renal e retenção hidrossalina: ajudando a melhorar a perfusão renal e a função diurética.
O medicamento também encontra aplicação em quadros de intoxicação por drogas e na recuperação pós-operatória de intervenções complexas.
A dopamina atua de forma dose-dependente sobre receptores específicos, incluindo receptores dopaminérgicos (D1 e D2) e adrenérgicos (α e β). Em doses baixas (2-5 mcg/kg/min.), ela melhora a perfusão renal e promove o efeito diurético. Em doses moderadas, exerce ação inotrópica positiva, aumentando a contratilidade cardíaca e o débito cardíaco. Já em doses elevadas (>10 mcg/kg/min.), predominam os efeitos vasoconstritores, com elevação da pressão arterial sistêmica.
Preparo e Administração
Por ser uma substância altamente ativa, a dopamina deve ser diluída antes da administração intravenosa. Soluções comuns incluem:
- Soro fisiológico 0,9%.
- Soro glicosado 5%.
- Soluções de Ringer com lactato.
A dosagem varia conforme a resposta clínica do paciente. Para adultos, recomenda-se iniciar com 2-5 mcg/kg/min., ajustando conforme necessário. Em crianças, a resposta ao fármaco pode diferir significativamente, especialmente em recém-nascidos, onde o sistema cardiovascular ainda está em desenvolvimento.
Efeitos Colaterais e Advertências
Embora raros, efeitos colaterais incluem náuseas, vômitos, taquicardia, e alterações isquêmicas em pacientes com distúrbios vasculares preexistentes. O risco de arritmias e hipertensão é maior com doses elevadas. Como a vida média da dopamina é de apenas 1,7 minutos, qualquer reação adversa pode ser rapidamente controlada com a suspensão temporária da infusão.
Deve-se ter cautela na administração em pacientes com histórico de feocromocitoma, taquiarritmias não tratadas ou fibrilação ventricular. Além disso, a dopamina é incompatível com soluções alcalinas, como bicarbonato de sódio.
A dopamina é contraindicada em pacientes que fazem uso de inibidores da monoaminoxidase (IMAO), devido ao risco de hipertensão severa. Também não deve ser misturada a soluções alcalinas, que podem inativar o fármaco.
Relevância Clínica e Estudos
A eficácia da dopamina é amplamente documentada na literatura médica. Estudos apontam que o uso criterioso do fármaco pode reduzir a mortalidade em pacientes com choque séptico e cardiogênico. No entanto, o uso inadequado, especialmente em doses elevadas, está associado a maior risco de eventos adversos, como arritmias e isquemia periférica.
A revisão sistemática de Marik e Bellomo (2013) destaca que o uso da dopamina deve ser restrito a situações específicas, com monitoramento contínuo de parâmetros hemodinâmicos. Essa abordagem garante maior segurança e eficácia na administração.
Fabricante e Garantia de Qualidade
O medicamento é produzido pela Zambon Laboratórios Farmacêuticos LTDA, localizada em São Paulo. Com rigorosos padrões de qualidade, o laboratório assegura que cada ampola contém 50 mg ou 200 mg de cloridrato de dopamina, em soluções cuidadosamente preparadas para administração intravenosa.
Conclusão
A dopamina é um medicamento indispensável no arsenal terapêutico moderno, especialmente em situações críticas. Seu uso, embora amplamente seguro, exige cautela e monitoramento contínuo para evitar complicações. Profissionais de saúde devem estar atentos às dosagens e contra indicações, garantindo que o tratamento ofereça o máximo benefício com o mínimo de risco.
Referências Bibliográficas
- Marik, P. E., & Bellomo, R. (2013). “Dopamine: A Review of Its Clinical Uses in Cardiogenic and Septic Shock.” Critical Care Medicine.
- Rang, H. P., et al. (2016). Pharmacology. 8th Edition. Elsevier.
- Goodman & Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics. 13th Edition. McGraw-Hill.