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Dropropizina: Um Guia Completo para o Uso Seguro e Eficaz

A dropropizina, um agente antitussígeno amplamente utilizado, é reconhecida por sua eficácia no tratamento da tosse não produtiva, ou seja, aquela que não está associada à produção de muco. Este medicamento é especialmente valorizado por sua atuação periférica, proporcionando alívio ao paciente sem os efeitos colaterais indesejados frequentemente associados aos antitussígenos de ação central, como a depressão respiratória e a sedação intensa.

Neste artigo, apresentamos um panorama detalhado sobre a dropropizina, incluindo suas propriedades farmacológicas, indicações, contra indicações, efeitos colaterais e recomendações de uso.

Mecanismo de Ação e Características Farmacológicas

A dropropizina é um antitussígeno sintético que atua nos receptores periféricos do trato respiratório, inibindo a excitabilidade dos receptores traqueobrônquicos envolvidos no reflexo da tosse. Diferentemente de outros agentes, sua ação ocorre sem interferir diretamente no sistema nervoso central.

Além disso, a dropropizina apresenta propriedades broncodilatadoras, que auxiliam na melhora da ventilação pulmonar. Essa combinação de efeitos torna o medicamento eficaz tanto no alívio da tosse quanto na redução do desconforto respiratório.

Outro destaque importante é sua ação lítica sobre o broncoespasmo induzido por histamina, o que sugere um benefício adicional para tosse associada a quadros alérgicos.

Farmacocinética: Absorção e Eliminação

A dropropizina é rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal, alcançando concentrações plasmáticas máximas entre 15 e 30 minutos após a administração oral. Sua meia-vida plasmática varia entre 2 e 3 horas, o que explica a necessidade de doses frequentes ao longo do dia para manter sua eficácia.

Não há evidências de acúmulo no organismo após doses múltiplas, o que reforça a segurança do medicamento quando administrado dentro das doses recomendadas.

Indicações e Uso Terapêutico

A dropropizina é indicada para o tratamento da tosse não produtiva, independentemente de sua origem, incluindo condições respiratórias leves ou moderadas, como:

  • Irritações traqueobrônquicas;
  • Tosse alérgica;
  • Tosse persistente de origem indeterminada.

Contraindicações e Precauções

O uso da dropropizina é contraindicado nos seguintes casos:

  • Insuficiência respiratória grave;
  • Asma brônquica;
  • Hipotensão severa;
  • Crianças com menos de 6 meses de idade;
  • Mulheres grávidas ou em fase de amamentação;
  • Pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula.

O medicamento deve ser utilizado com cautela em pacientes que fazem uso de álcool ou outros depressores do sistema nervoso central, devido ao risco aumentado de sonolência e hipotensão ortostática.

Efeitos Colaterais e Interações Medicamentosas

Os efeitos adversos mais comumente relatados incluem:

  • Náuseas;
  • Sonolência leve a moderada;
  • Taquicardia;
  • Depressão respiratória em casos isolados;
  • Broncoespasmo e hipotensão ortostática em situações mais graves.

Interações medicamentosas significativas podem ocorrer com substâncias depressoras do sistema nervoso central, como benzodiazepínicos e opioides, ou com o consumo de álcool, aumentando os riscos de sonolência excessiva e hipotensão.

Modo de Uso e Posologia

O medicamento está disponível nas formas de xarope adulto, xarope infantil e gotas. A dosagem recomendada varia conforme a faixa etária:

Xarope Adulto:

  • Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 ml (1 copo medida) 3 a 4 vezes ao dia.

Xarope Infantil:

  • Crianças de 6 meses a 1 ano: 2,5 ml 3 a 4 vezes ao dia.
  • Crianças de 1 a 3 anos: 5 ml 3 a 4 vezes ao dia.
  • Crianças de 3 a 12 anos: 10 ml 3 a 4 vezes ao dia.

Gotas:

  • Adultos e crianças acima de 12 anos: 30 gotas 3 a 4 vezes ao dia.
  • Crianças de 6 meses a 1 ano: 4 gotas 3 a 4 vezes ao dia.
  • Crianças de 1 a 3 anos: 7 gotas 3 a 4 vezes ao dia.
  • Crianças de 3 a 12 anos: 15 gotas 3 a 4 vezes ao dia.

Superdosagem: Como proceder?

Em casos de superdosagem, os principais sintomas incluem sonolência excessiva e hipotensão ortostática. O tratamento inicial consiste em medidas como indução do vômito e administração de carvão ativado, desde que não haja contraindicações específicas, como em pacientes inconscientes.

Em ambientes hospitalares, pode ser realizada lavagem gástrica precoce devido à rápida absorção do fármaco. Em qualquer suspeita de superdosagem, é essencial buscar atendimento médico imediato.

Evidências Clínicas e Segurança

Estudos clínicos demonstraram a eficácia da dropropizina na redução significativa da intensidade e frequência dos episódios de tosse logo nas primeiras administrações. Sua ação periférica e o baixo potencial de efeitos colaterais graves tornam o medicamento uma opção preferencial em diversos casos.

Vale destacar, contudo, que seu uso deve sempre ser orientado por um profissional de saúde, considerando as particularidades de cada paciente e a necessidade de excluir outras causas de tosse que possam exigir tratamento específico.

A dropropizina é um medicamento seguro e eficaz para o manejo da tosse não produtiva, oferecendo alívio rápido sem os riscos associados a agentes de ação central. No entanto, como qualquer medicamento, seu uso exige cuidado e atenção, especialmente em grupos vulneráveis, como crianças e idosos.

Seu papel na prática clínica é amplamente respaldado por estudos e evidências, mas é fundamental que o paciente siga rigorosamente as orientações médicas para evitar efeitos adversos ou interações indesejadas.

Referências Bibliográficas

  • Goodman & Gilman. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Ed. McGraw-Hill.
  • Rang, H. P., Dale, M. M., Ritter, J. M., & Flower, R. J. (2007). Rang & Dale’s Pharmacology. Elsevier.
  • Martindale: The Complete Drug Reference. Pharmaceutical Press.

 

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