Bulário Brasil

Terapia Hormonal com Estradiol e Acetato de Noretisterona: Benefícios e Precauções para Mulheres na Pós-Menopausa

A terapia de reposição hormonal (TRH) é amplamente utilizada por mulheres na pós-menopausa para aliviar sintomas associados à deficiência estrogênica. Entre os medicamentos prescritos está o NATIFA PRO, uma combinação de estradiol e acetato de noretisterona. Este artigo explora os princípios ativos, indicações, possíveis efeitos colaterais e as precauções necessárias para o uso dessa terapia.

Estradiol e Acetato de Noretisterona: Principais Componentes

O estradiol é o principal estrogênio naturalmente produzido pelo corpo feminino, sendo responsável por regular funções reprodutivas e outros processos fisiológicos importantes. Já o acetato de noretisterona é um progestágeno que, ao ser administrado em conjunto com o estradiol, tem a função de proteger o endométrio de uma hiperplasia potencialmente causada pela monoterapia com estrogênios.

Na formulação do NATIFA PRO, cada comprimido contém:

  • Estradiol: 1,0 mg
  • Acetato de Noretisterona: 0,5 mg

Além dos ingredientes ativos, o comprimido inclui excipientes como celulose microcristalina, lactose, povidona, e estearato de magnésio, que auxiliam na sua produção e estabilidade farmacêutica.

Indicações para o Uso do NATIFA PRO

O NATIFA PRO é indicado principalmente para mulheres que sofrem com os sintomas da deficiência estrogênica durante a pós-menopausa, como ondas de calor, irritabilidade, ressecamento vaginal e perda de massa óssea. Além disso, ele também é utilizado como uma terapia preventiva para a osteoporose em mulheres que têm maior risco de fraturas ósseas.

Estudos demonstram que a reposição de estrogênio pode reduzir significativamente a progressão da osteoporose, melhorando a densidade óssea em mulheres na pós-menopausa, a terapia combinada com progestágenos, como a noretisterona, é necessária para mulheres que ainda possuem útero, evitando o crescimento excessivo do endométrio e o risco de desenvolvimento de câncer endometrial .

zar o NATIFA PRO

O uso adequado de NATIFA PRO é essencial para garantir a eficácia do tratamento e minimizar possíveis efeitos adversos. Recomenda-se que a paciente ingira um comprimido ao dia, sempre no mesmo horário, com auxílio de um líquido.

Para aquelas que estão mudando de uma terapia hormonal sequencial para o uso contínuo de NATIFA PRO, o início do tratamento deve ocorrer no primeiro dia após o sangramento programado, seguindo o ciclo da terapia anterior.

Efeitos Colaterais e Precauções

Apesar dos benefícios, o uso do NATIFA PRO pode causar alguns efeitos colaterais, particularmente no início do tratamento. O sangramento vaginal é o sintoma mais comum, especialmente nos primeiros meses de uso. Outros efeitos adversos possíveis incluem:

Esses sintomas tendem a ser temporários, diminuindo à medida que o corpo se adapta ao tratamento. No entanto, se o sangramento vaginal persistir de forma contínua, deve-se considerar alternativas terapêuticas.

Reações mais raras, mas potencialmente graves, incluem a formação de trombos venosos e alterações hepáticas. Casos de colelitíase (pedras na vesícula biliar) e asma também foram relatados em menor frequência .

Contraindicação: NATIFA PRO não deve ser utilizado por mulheres que apresentem um histórico de:

  • Câncer de mama
  • Neoplasias estrogênio-dependentes
  • Porfiria
  • Gravidez

Além disso, pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula devem evitar o uso do medicamento. Devido ao seu metabolismo hepático, o uso de NATIFA PRO também é contraindicado em casos de doença hepática grave.

Monitoramento e Exames Necessários

Antes de iniciar a terapia com NATIFA PRO, é fundamental que a paciente seja submetida a um exame físico completo, com foco em:

  • Exame das mamas para verificar nódulos ou outras anormalidades
  • Exame ginecológico para avaliar a saúde uterina e excluir a presença de neoplasias

Pacientes que já fazem uso de estrogênios e progestágenos devem ser observados para evitar hiperestimulação endometrial, uma condição que pode aumentar o risco de câncer uterino.

Mulheres com histórico de doenças como hipertensão, enxaqueca, epilepsia, diabetes ou tromboembolismo venoso devem ser monitoradas regularmente. O acompanhamento é especialmente necessário em pacientes que utilizam o NATIFA PRO de forma prolongada, com consultas anuais recomendadas .

Interações Medicam NATIFA PRO pode ter sua eficácia reduzida quando administrado junto a medicamentos que induzem as enzimas hepáticas, como:

  • Barbitúricos
  • Rifampicina
  • Fenitoína
  • Carbamazepina

Esses medicamentos aumentam o metabolismo dos estrogênios, diminuindo seus efeitos no organismo. Por isso, é importante informar ao médico sobre qualquer medicamento em uso antes de iniciar o tratamento com NATIFA PRO.

Superdosagem

Em casos de superdosagem, não há um antídoto específico. Os sintomas comuns incluem náusea e vômito, e o tratamento deve ser sintomático. Caso ocorra a ingestão de uma quantidade excessiva de NATIFA PRO, o paciente deve procurar assistência médica imediatamente.

A terapia com NATIFA PRO oferece benefícios significativos para mulheres na pós-menopausa que sofrem com sintomas da deficiência de estrogênio e correm risco de osteoporose. No entanto, é essencial seguir as orientações médicas e realizar exames regulares para garantir a segurança e a eficácia do tratamento. Com o acompanhamento adequado, os riscos podem ser minimizados, e os benefícios proporcionados pela reposição hormonal podem ser plenamente aproveitados.

Referências Bibliográficas

  1. Lindsay, R. “Prevention and treatment of osteoporosis.” The Lancet, vol. 341, no. 8837, 1993, pp. 801-805.
  2. Sarrel, P. M. “Estrogen and hormone replacement therapy: potential health benefits and risks.” The Journal of Reproductive Medicine, vol. 37, no. 1, 1992, pp. 5-12.
  3. “Terapia de reposição hormonal e risco de tromboembolismo venoso.” Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, vol. 22, no. 8, 2000, pp. 477-484.
  4. Stevenson, J. C. “Menopause and hormone replacement therapy.” Baillière’s Clinical Obstetrics and Gynaecology, vol. 10, no. 3, 1996, pp. 481-499.