O ibuprofeno é um dos medicamentos mais utilizados no mundo devido às suas propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias. Com diversas apresentações disponíveis, como comprimidos revestidos de 400 mg, é amplamente recomendado para o tratamento de dores leves a moderadas, febre e condições inflamatórias. Neste artigo, exploraremos em detalhes os aspectos químicos, farmacológicos, indicações, contra indicações, precauções e posologia deste medicamento, com base em informações técnicas e científicas atualizadas.

O Que é o Ibuprofeno e Como Funciona?

O ibuprofeno pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), sendo um derivado do ácido propiônico. Ele atua inibindo a enzima cicloxigenase (COX), responsável pela produção de prostaglandinas. Essas substâncias desempenham papel central na mediação de dor, febre e inflamação. Ao reduzir a síntese de prostaglandinas, o ibuprofeno alivia sintomas como dor e febre, além de conter processos inflamatórios.

Farmacologicamente, o ibuprofeno apresenta rápida absorção no trato gastrointestinal, atingindo o pico plasmático em 1 a 2 horas após administração oral. Sua meia-vida de eliminação é de cerca de 2 horas, e ele é extensivamente metabolizado no fígado, sendo eliminado principalmente pelos rins.

Indicações Terapêuticas

O ibuprofeno é indicado para uma ampla gama de condições, incluindo:

• Redução da febre.
• Alívio de dores leves a moderadas, como:
• Cefaleias, incluindo enxaquecas.
• Dores musculares.
• Dores lombares.
• Dores associadas a dismenorreia primária.
• Dores odontológicas.
• Condições inflamatórias e traumáticas, como entorses e distensões.
• Dores relacionadas a gripes e resfriados.

Seu início de ação ocorre em aproximadamente 30 minutos, com efeitos que podem durar de 4 a 6 horas.

Precauções e Advertências

Embora seja um medicamento seguro e eficaz quando usado corretamente, o ibuprofeno exige cautela em certas populações. É contraindicado para pacientes com:

• Hipersensibilidade ao ibuprofeno ou a outros AINEs.
• Histórico de reações alérgicas ao ácido acetilsalicílico.
• Condições como úlcera péptica ativa, hemorragias gastrointestinais ou colite ulcerativa.

Além disso, deve ser administrado com precaução em pacientes com:

• Doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca ou hipertensão.
• Insuficiência renal ou hepática.
• História de asma ou outras condições alérgicas.

Mulheres grávidas ou lactantes devem evitar o uso de ibuprofeno sem orientação médica, especialmente no terceiro trimestre de gestação, devido ao risco de fechamento prematuro do ducto arterial no feto.

Reações Adversas Comuns e Raras

As reações adversas mais comuns incluem:

• Distúrbios gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal.
• Erupções cutâneas e outras reações alérgicas.

Reações mais graves, embora raras, podem incluir:

• Perfuração ou hemorragia gastrintestinal.
• Dermatite esfoliativa e síndrome de Stevens-Johnson.
• Insuficiência renal ou hepática.

Interações Medicamentosas

O uso concomitante de ibuprofeno com outros medicamentos pode alterar sua eficácia ou aumentar o risco de efeitos adversos. Deve-se ter atenção especial ao combiná-lo com:

• Anticoagulantes, como a varfarina (aumenta o risco de sangramento).
• Anti-hipertensivos, como inibidores da ECA (redução da eficácia).
• Corticosteróides (aumento do risco de hemorragia gastrintestinal).

Além disso, o consumo de bebidas alcoólicas durante o uso de ibuprofeno deve ser evitado, pois pode aumentar o risco de irritação gástrica.

Posologia e Administração

Para adultos e crianças acima de 12 anos, a dose usual é de 400 mg a cada 6 ou 8 horas, conforme necessidade. A dose máxima diária não deve exceder 2400 mg, salvo orientação médica. O comprimido deve ser ingerido inteiro, com líquido, e não pode ser partido ou mastigado.

O ibuprofeno é um medicamento de fácil acesso e amplamente eficaz, mas seu uso inadequado pode levar a riscos significativos. Por isso, é essencial seguir as orientações médicas e respeitar as doses recomendadas. Em caso de dúvidas ou persistência dos sintomas, procure um profissional de saúde.

Referências Bibliográficas

1. Brunton, L. L., Chabner, B. A., Knollmann, B. C. Goodman & Gilman’s: The Pharmacological Basis of Therapeutics. 12ª ed. McGraw-Hill, 2011.
2. Sweetman, S. C. Martindale: The Complete Drug Reference. Pharmaceutical Press, 2014.
3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “Bulário eletrônico.” Disponível em: https://www.gov.br/anvisa