O tratamento de dermatoses inflamatórias e infecciosas exige soluções terapêuticas que combinem eficácia e segurança. Nesse contexto, Diprogenta, composto pelo dipropionato de betametasona e sulfato de gentamicina, destaca-se como uma formulação tópica que alia a ação antiinflamatória dos corticosteroides à capacidade antimicrobiana de um antibiótico eficaz. Este artigo explora as indicações, benefícios e precauções do uso de Diprogenta, abordando sua formulação e aplicabilidade em diferentes contextos clínicos.
Composição e Apresentação
Cada grama de Diprogenta está disponível em duas formas: creme e pomada. Ambas contêm:
•0,64 mg de dipropionato de betametasona (equivalente a 0,5 mg de betametasona), com potente ação anti-inflamatória.
•1 mg de sulfato de gentamicina, eficaz contra bactérias gram-positivas e gram-negativas.
Essas formulações são desenvolvidas em uma base hipoalergênica, hidratante e livre de parabenos, o que as torna adequadas para peles sensíveis. Estão disponíveis em bisnagas de 15 g, 30 g e 45 g.
Indicações
Diprogenta é indicada para tratar dermatoses inflamatórias sensíveis a corticosteroides, especialmente quando há suspeita ou presença de infecção secundária. Entre as condições abrangidas estão:
•Psoríase, que envolve inflamação crônica e descamação.
•Dermatite de contato e atópica, comuns em alergias e sensibilidades.
•Neurodermatite (líquen simples crônico) e líquen plano, ambos associados a prurido intenso.
•Ezemas variados, incluindo numular e das mãos.
•Dermatite seborreica e desidrose, frequentemente resistentes ao tratamento convencional.
•Intertrigo, comum em áreas de dobras cutâneas, propensas à infecção.
•Prurido anogenital e senil, que pode comprometer a qualidade de vida.
A ação combinada da betametasona e da gentamicina permite aliviar inflamações enquanto combate agentes infecciosos que agravam essas condições.
Diprogenta deve ser aplicada em quantidade suficiente para cobrir a área afetada, duas vezes ao dia, preferencialmente pela manhã e à noite. Para pacientes com melhora significativa, pode-se reduzir a frequência para manter os benefícios terapêuticos.
Nos casos pediátricos ou em áreas extensas, o uso deve ser acompanhado por um profissional, pois a absorção sistêmica pode ser maior, aumentando o risco de efeitos adversos.
1.Dipropionato de Betametasona: Um corticosteroide potente que atua inibindo mediadores inflamatórios e suprimindo a resposta imune exacerbada. Isso é crucial em condições como psoríase e eczema.
2.Sulfato de Gentamicina: Um antibiótico aminoglicosídeo que combate infecções bacterianas, principalmente as causadas por Staphylococcus aureus e Escherichia coli.
A combinação dos dois componentes torna o produto ideal para lesões inflamatórias associadas a infecções secundárias.
Precauções e Advertências
O uso prolongado ou inadequado de Diprogenta pode levar a:
•Absorção sistêmica de corticosteroides, resultando em supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
•Efeitos adversos dermatológicos, como atrofia cutânea, hipopigmentação e foliculite.
•Crescimento de microorganismos resistentes, incluindo fungos, em caso de superinfecção.
Em lactantes, gestantes e crianças, a aplicação deve ser realizada com cautela, considerando o risco de toxicidade sistêmica, como síndrome de Cushing e hipertensão intracraniana.
Contraindicações incluem:
•Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula.
•Condições infecciosas como varicela e tuberculose cutânea.
•Uso oftálmico, dado o potencial irritante.
Os principais efeitos colaterais associados ao uso tópico de Diprogenta incluem:
•Irritação local, como ardência, prurido e ressecamento.
•Alterações cutâneas, como hipopigmentação e erupções acneiformes.
•Infecções secundárias, especialmente com curativos oclusivos.
A gentamicina pode causar irritação transitória (eritema ou prurido), geralmente sem necessidade de interromper o tratamento.
Embora a absorção tópica seja mínima, o uso em gestantes deve ser restrito a casos onde os benefícios superem os riscos potenciais ao feto. Em lactantes, é recomendado avaliar a interrupção da amamentação ou do tratamento.
O uso excessivo pode levar a:
•Hipercorticismo, com sintomas como ganho de peso, hipertensão e fragilidade capilar.
•Insuficiência adrenal secundária, em casos prolongados.
•Crescimento de bactérias ou fungos resistentes, exigindo intervenção com antimicrobianos específicos.
A descontinuação gradual do corticosteroide e a terapia antifúngica e antibacteriana são estratégias essenciais em casos de superdosagem.
Diprogenta é uma ferramenta versátil e eficaz no tratamento de condições dermatológicas inflamatórias e infecciosas. No entanto, sua aplicação requer responsabilidade e acompanhamento médico para evitar complicações associadas ao uso inadequado.
Referências Bibliográficas
•Goodman & Gilman. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. McGraw-Hill, 13ª edição, 2018.
•Habif, T. P. Clinical Dermatology: A Color Guide to Diagnosis and Therapy. Elsevier, 6ª edição, 2015.
•Schering-Plough S/A. Informações técnicas do produto Diprogenta.