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Cefaclor: Versatilidade e Efetividade no Combate a Infecções

O Cefaclor, princípio ativo do medicamento Ceclor, destaca-se como uma das principais cefalosporinas de segunda geração no arsenal terapêutico contra infecções bacterianas. Com propriedades únicas e um amplo espectro de ação, é amplamente utilizado na prática médica para tratar infecções do trato respiratório, urinário e da pele. Este artigo explora, em detalhes, a composição, farmacodinâmica, farmacocinética, indicações, contra indicações e precauções associadas ao uso do Cefaclor, além de sua relevância clínica.

Apresentações e Composição

O Ceclor é comercializado em diferentes formas farmacêuticas que atendem a necessidades específicas:

  • Cápsulas: disponíveis em doses de 250 mg e 500 mg.
  • Pó para suspensão oral: doses de 125 mg/5 ml, 250 mg/5 ml e 375 mg/5 ml, em frascos de 75 ml, 100 ml e 150 ml.
  • Sachês: 375 mg por sachê, comercializados em embalagens de 12, 16 ou 32 unidades.

Além do princípio ativo, o medicamento contém excipientes cuidadosamente selecionados para garantir estabilidade, palatabilidade e segurança. Por exemplo, a presença de sacarose em suspensões e sachês requer atenção em pacientes com intolerância a açúcares.

Propriedades Farmacodinâmicas

O Cefaclor atua inibindo a síntese da parede celular bacteriana, conferindo-lhe ação bactericida. Seu espectro abrange uma variedade de microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos, incluindo agentes patogênicos comuns em infecções respiratórias e urinárias. Entretanto, é importante notar que estafilococos resistentes à meticilina (MRSA) são intrinsecamente insensíveis ao Cefaclor.

Essa especificidade do mecanismo de ação faz do Cefaclor uma escolha preferencial em situações onde a resistência bacteriana é uma preocupação, mas com limitações claras frente a algumas linhagens resistentes.

Farmacocinética

Após administração oral, o Cefaclor é rapidamente absorvido, alcançando concentrações plasmáticas máximas entre 30 e 60 minutos. Estudos indicam que a biodisponibilidade total não é significativamente alterada pela ingestão de alimentos, embora os níveis plasmáticos de pico possam ser reduzidos.

Metabolizado minimamente, cerca de 85% da dose administrada é excretada inalterada pelos rins em até 8 horas. Em pacientes com insuficiência renal severa, a meia-vida plasmática aumenta, exigindo ajuste posológico. Já a hemodiálise reduz sua meia-vida em 25 a 30%.

Indicações Clínicas

O Ceclor é indicado para o tratamento de diversas infecções bacterianas, como:

  • Trato respiratório superior: sinusite, otite média, faringite e amigdalite.
  • Trato respiratório inferior: bronquite aguda/crônica e pneumonia.
  • Trato geniturinário: cistite e pielonefrite.
  • Pele e tecidos moles: abscessos e celulites.

O amplo espectro do Cefaclor e sua tolerabilidade o tornam uma opção eficaz para pacientes pediátricos e adultos, desde que respeitadas as indicações e contraindicações.

Contraindicações e Precauções

O uso do Cefaclor é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade às cefalosporinas ou penicilinas devido ao risco de reações alérgicas cruzadas. Além disso, deve-se ter cautela em pacientes com histórico de colite pseudomembranosa, já que antibióticos de amplo espectro podem induzir essa condição.

A administração durante a gravidez (categoria B1) deve ser reservada para casos onde os benefícios superem os riscos potenciais. Em lactantes, embora as concentrações de Cefaclor no leite materno sejam baixas, recomenda-se precaução.

Reações Adversas e Interações Medicamentosas

Os efeitos adversos mais comuns incluem desconforto gastrointestinal, rash cutâneo e reações de hipersensibilidade. Testes de Coombs positivos foram relatados durante o tratamento, mas geralmente são clinicamente irrelevantes.

O Cefaclor pode interagir com anticoagulantes como a varfarina, potencializando seus efeitos e exigindo monitoramento rigoroso. Além disso, resultados de testes laboratoriais, como glicose urinária, podem ser afetados pelo uso concomitante de Cefaclor.

 

A eficácia e segurança do Cefaclor consolidam sua relevância no manejo de infecções bacterianas comuns. Seu perfil farmacológico bem estabelecido, associado à praticidade de múltiplas formas de apresentação, o torna uma escolha confiável para médicos e pacientes. No entanto, o uso racional de antibióticos é essencial para minimizar o risco de resistência bacteriana, reforçando a necessidade de prescrição médica criteriosa.

Referências Bibliográficas

  1. Brunton, L., et al. Goodman & Gilman ‘s: The Pharmacological Basis of Therapeutics. McGraw-Hill Education, 13ª edição, 2017.
  2. Katzung, B. G. Basic and Clinical Pharmacology. McGraw-Hill Education, 14ª edição, 2018.
  3. Mandell, G. L., et al. Principles and Practice of Infectious Diseases. Elsevier, 9ª edição, 2020.


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