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Figatil: Propriedades e Usos no Tratamento Hepático

O Figatil, medicamento amplamente utilizado para o manejo de distúrbios hepáticos e gastrointestinais, destaca-se pela combinação de compostos naturais com propriedades terapêuticas bem estabelecidas. Este artigo explora suas indicações, contraindicações, mecanismos de ação e os aspectos farmacológicos das substâncias que o compõem, com base na análise científica e em referências confiáveis.

Composição e Apresentação

Disponível em embalagens contendo 5 ou 50 envelopes, cada um com 4 drágeas, o Figatil é uma formulação baseada em dois componentes principais: Peumus boldus (boldo-do-Chile) e Cynara scolymus (alcachofra). Estas plantas medicinais são reconhecidas por seus efeitos benéficos no sistema digestivo, especialmente no fígado e na vesícula biliar.

A combinação desses extratos confere ao Figatil propriedades colagogas (facilitando a liberação de bile), coleréticas (aumentando a produção de bile pelo fígado) e antiespasmódicas, o que o torna uma opção terapêutica para uma série de condições gastrointestinais.

Indicações Terapêuticas

O Figatil é indicado para o tratamento sintomático de:

  • Distúrbios gastrointestinais espásticos, como cólicas abdominais.
  • Dificuldades digestivas associadas à função biliar reduzida.
  • Condições que requerem aumento da produção ou liberação de bile, como má digestão de gorduras.

Seu mecanismo de ação está associado aos compostos bioativos presentes no boldo e na alcachofra, que estimulam a função hepática e auxiliam na digestão, promovendo alívio dos sintomas de desconforto abdominal.

Contraindicações e Precauções

Apesar de suas propriedades terapêuticas, o uso do Figatil é contraindicado em algumas condições específicas. Pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula, obstrução do ducto biliar, doenças hepáticas severas ou cálculos biliares devem evitar este medicamento. Além disso, ele não é recomendado em casos de inflamação séptica da vesícula biliar, devido ao risco de agravamento da condição.

Outras precauções incluem:

Mecanismos de Ação dos Componentes

  1. Peumus boldus (Boldo-do-Chile):

Rico em alcaloides, como a boldina, este componente é responsável por suas ações coleréticas e antiespasmódicas. Estudos sugerem que a boldina possui propriedades antioxidantes e hepatoprotetoras, protegendo os hepatócitos contra danos oxidativos e promovendo o fluxo biliar.

Referência: Buzzi, F. C. Weber, M. N. (2003). Peumus boldus: Propriedades e aplicações na medicina tradicional. Revista Brasileira de Farmacognosia.

  1. Cynara scolymus (Alcachofra):

Contém cinarina e flavonoides que estimulam a produção de bile e têm ação antioxidante e anti-inflamatória. A cinarina também contribui para a redução do colesterol sérico, beneficiando pacientes com dislipidemias associadas.

Referência: Llorach, R., et al. (2002). Polyphenols in Artichoke. Phytotherapy Research.

Eficácia Clínica

Embora seja amplamente utilizado na prática clínica, os estudos sobre a eficácia combinada do boldo e da alcachofra em formulações como o Figatil ainda são limitados. No entanto, evidências isoladas para os componentes ativos sugerem que eles são eficazes no alívio de sintomas gastrointestinais e na promoção da saúde hepática.

Um estudo clínico conduzido por Medina et al. (2010) apontou que extratos de alcachofra reduziram significativamente os sintomas de indigestão em pacientes após 8 semanas de uso. Da mesma forma, os alcaloides do boldo mostraram benefícios na regulação do fluxo biliar e na proteção do fígado em modelos experimentais.

Aspectos Regulamentares

Registrado no Brasil sob o número de registro M.S. 1.0066.0019.002-6, o Figatil segue rigorosos padrões de controle de qualidade. Sua formulação é classificada como fitoterápica, garantindo que os extratos de boldo e alcachofra sejam obtidos de fontes confiáveis e processados de 

O Figatil representa uma abordagem integrada ao cuidado digestivo, combinando o conhecimento tradicional das plantas medicinais com a ciência moderna. Apesar de suas vantagens, seu uso deve ser orientado por um médico, especialmente em pacientes com condições hepáticas ou gastrointestinais mais graves.

A ciência avança continuamente, e novos estudos podem aprofundar nosso entendimento sobre a eficácia e a segurança dessa formulação. Nesse contexto, o Figatil continua a ser um aliado valioso no manejo de condições digestivas, desde que usado com responsabilidade e sob supervisão profissional.