A nistatina, um antifúngico amplamente utilizado, desempenha papel essencial no tratamento de infecções causadas por fungos, particularmente da espécie Candida albicans. Este artigo explora detalhadamente as indicações, formas de apresentação, mecanismos de ação, efeitos adversos e precauções no uso desse medicamento, destacando sua eficácia e segurança quando utilizado adequadamente.
Indicações e Apresentações
A nistatina é indicada para tratar candidíase em diferentes regiões do corpo:
- Candidíase Vaginal: Nistatina creme vaginal é ideal para tratar infecções na mucosa vaginal.
- Candidíase Oral e Esofágica: A suspensão oral trata infecções na cavidade bucal, esôfago e trato gastrointestinal superior, especialmente em pacientes imunossuprimidos, como aqueles em quimioterapia, com AIDS ou sob uso prolongado de antibióticos.
As apresentações mais comuns incluem:
- Creme Vaginal: Bisnaga de 60g com aplicador.
- Suspensão Oral: Frasco de 50ml com conta-gotas.
O uso correto da nistatina é essencial para garantir a eficácia do tratamento:
- Creme Vaginal: Aplicar 100.000 UI à noite, durante 10 a 14 dias, podendo aumentar a frequência em casos graves. A aplicação deve ser realizada cuidadosamente, seguindo orientações médicas.
- Suspensão Oral: A dosagem varia conforme a idade e peso do paciente:
- Prematuros e crianças de baixo peso: 1ml (100.000 UI) quatro vezes ao dia.
- Crianças e adultos: 1 a 6ml (100.000 a 600.000 UI) quatro vezes ao dia.
A solução oral deve ser mantida na boca por alguns segundos antes de ser engolida, para maximizar o contato com a mucosa oral.
A nistatina atua alterando a membrana celular dos fungos suscetíveis. Ela se liga aos esteróis presentes na membrana celular do fungo, causando aumento da permeabilidade e vazamento do conteúdo citoplasmático. Esse mecanismo resulta em efeito fungistático e, em concentrações adequadas, fungicida.
Estudos mostram que Candida albicans raramente desenvolve resistência à nistatina, tornando-a um antifúngico confiável mesmo para tratamentos prolongados【1】.
Efeitos Adversos
Embora geralmente bem tolerada, a nistatina pode ocasionar alguns efeitos colaterais leves, como:
- Uso Vaginal: Irritação, sensação de queimação e prurido.
- Uso Oral: Náuseas, vômitos e, raramente, erupções cutâneas.
Esses efeitos são raros e costumam ser autolimitados, mas qualquer sintoma persistente deve ser comunicado ao médico.
Contraindicações e Precauções
A nistatina não é indicada para:
- Tratamento de micoses sistêmicas.
- Uso oral, tópico ou ocular na apresentação vaginal.
- Pacientes com hipersensibilidade a algum componente da fórmula.
Gestantes e lactantes: Apesar de a absorção sistêmica da nistatina ser insignificante, o uso deve ser avaliado pelo médico, considerando riscos e benefícios.
Idosos e lactantes: Embora segura, o acompanhamento médico é recomendado nesses grupos para evitar complicações.
Armazenamento e Validade
A nistatina deve ser armazenada em local seco e fresco, protegida da luz, em temperatura entre 15°C e 30°C. Sua validade é de 24 meses, sendo fundamental verificar o prazo antes do uso.
Até o momento, não há relatos significativos de interação da nistatina com outros medicamentos. Contudo, é sempre recomendável informar ao médico sobre quaisquer tratamentos concomitantes.
A nistatina continua sendo um dos medicamentos mais seguros e eficazes para tratar infecções causadas por Candida albicans. Sua ação localizada minimiza efeitos adversos, e sua versatilidade permite o tratamento em diferentes regiões do corpo. Entretanto, seu uso deve ser realizado sob prescrição médica e seguindo rigorosamente as orientações para maximizar os benefícios e prevenir recidivas.
Referências Bibliográficas
- AHFS Drug Information 2022. American Society of Health-System Pharmacists.
- Mandell, G. L., Bennett, J. E., & Dolin, R. (2019). Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases. 9ª ed.