Plastranit 15 é um medicamento utilizado principalmente no tratamento de condições cardiovasculares, tendo como princípio ativo a nitroglicerina. Este fármaco é administrado por meio de um sistema transdérmico, o que permite uma liberação gradual da substância ativa na corrente sanguínea. Sua principal ação é a vasodilatação, o que contribui para a melhora do fluxo sanguíneo e o alívio de condições como a angina de peito e insuficiência cardíaca crônica. Este artigo tem como objetivo apresentar informações detalhadas sobre o Plastranit 15, incluindo suas indicações, precauções, interações medicamentosas, efeitos colaterais e modo de utilização.

Indicações de Plastranit 15

Plastranit é indicado principalmente para a profilaxia das crises de angina de peito, podendo ser utilizado isoladamente ou em combinação com outros agentes antianginosos. A angina de peito é uma condição caracterizada por dor no peito, resultante da diminuição do fluxo sanguíneo para o coração, sendo fundamental o uso de medicamentos como a nitroglicerina para aliviar os sintomas e prevenir novas crises.

Além disso, o medicamento também é utilizado no tratamento de insuficiência cardíaca crônica. Esta condição ocorre quando o coração não consegue bombear sangue de maneira eficiente, o que leva ao acúmulo de fluido nos pulmões e em outras partes do corpo. A combinação de Plastranit com glicosídeos cardíacos e/ou diuréticos pode ajudar a reduzir a carga de trabalho do coração e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Modo de Ação

A nitroglicerina, o princípio ativo de Plastranit, é um vasodilatador potente que atua diretamente nos vasos sanguíneos. Ela relaxa a musculatura das paredes dos vasos, o que resulta em uma dilatação das artérias e veias, facilitando o fluxo sanguíneo e diminuindo a carga sobre o coração. Esse efeito é particularmente útil em casos de angina de peito, pois melhora a oferta de oxigênio para o coração. A administração transdérmica permite uma liberação constante do medicamento ao longo do dia, o que ajuda a manter o efeito terapêutico contínuo.

Cuidados ao Utilizar Plastranit 15

Embora eficaz, Plastranit exige alguns cuidados especiais durante o uso. O medicamento não deve ser utilizado por pessoas que apresentem hipersensibilidade à nitroglicerina ou a qualquer outro componente da fórmula. Além disso, o Plastranit é contraindicado em casos de insuficiência circulatória aguda, choque cardiogênico, pressão arterial sistólica inferior a 90 mmHg e para o tratamento de ataques agudos de angina.

Pacientes com condições como cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, pericardite constritiva e estenose das válvulas cardíacasdevem utilizar Plastranit com cautela. A nitroglicerina pode agravar essas condições, e por isso, a administração do medicamento deve ser cuidadosamente monitorada.

Outro ponto importante é a interação do Plastranit com outros medicamentos. O tratamento concomitante com vasodilatadores, betabloqueadores, antagonistas do cálcio, neurolépticos e até álcool pode potencializar o efeito hipotensivo da nitroglicerina. Além disso, o uso conjunto com medicamentos contendo citrato de sildenafil (como o Viagra) pode causar uma hipotensão grave e potencialmente fatal devido ao aumento dos efeitos vasodilatadores da nitroglicerina.

Gravidez e Amamentação

Em relação à gravidez, estudos com animais não indicaram efeitos adversos significativos no feto, mas como os estudos em humanos são limitados, o uso de Plastranit durante a gestação deve ser feito apenas se claramente necessário e sob orientação médica rigorosa.

Para mulheres em amamentação, a excreção de nitroglicerina no leite materno não foi suficientemente estudada. Portanto, é recomendado que Plastranit seja utilizado com precaução durante o período de amamentação, sempre com a supervisão de um médico.

Como Utilizar o Plastranit 15

O sistema transdérmico de Plastranit 15 deve ser aplicado sobre a pele limpa e seca, em locais onde a pele seja menos rugosa, como a parte superior do peito, abdômen, coxas ou ombros. Para evitar o desenvolvimento de tolerância ao medicamento, é importante que o sistema seja removido após 12-16 horas de uso, fazendo-se uma pausa de 8-12 horas sem o medicamento. Durante o período sem o sistema, se o médico considerar necessário, pode ser feita uma terapia antianginosa suplementar.

É fundamental que a aplicação seja feita conforme orientação médica, já que a dosagem pode variar de acordo com a necessidade de cada paciente. O tratamento inicial geralmente começa com uma dose de 5 mg por dia, podendo ser aumentada conforme a resposta clínica, até uma dose máxima de 20 mg por dia.

Efeitos Colaterais

Embora a maioria dos pacientes tolera bem o Plastranit, alguns efeitos colaterais podem ocorrer, especialmente no início do tratamento. Dores de cabeça são bastante comuns, afetando mais de 10% dos pacientes, mas tendem a diminuir após alguns dias de uso contínuo. Outros efeitos adversos incluem hipotensão (queda da pressão arterial), que pode causar sensação de desmaio, taquicardia reflexa(aumento da frequência cardíaca) e vertigens. Em casos raros, podem ocorrer náuseas, vômitos, erupções cutâneas e dermatite esfoliativa.

Em situações graves, especialmente se o medicamento for utilizado em doses elevadas ou em combinação com outras substâncias que afetam a pressão arterial, o paciente pode experimentar choque ou parada cardíaca. Nesses casos, o tratamento deve ser interrompido imediatamente e o paciente deve receber cuidados médicos urgentes.

 

O Plastranit 15 é um medicamento eficaz no controle da angina de peito e insuficiência cardíaca crônica, com a nitroglicerina oferecendo alívio através de sua ação vasodilatadora. No entanto, seu uso deve ser monitorado de perto, especialmente em pacientes com condições cardíacas preexistentes e ao utilizar em combinação com outros medicamentos. Como com qualquer fármaco, é crucial seguir as orientações médicas para garantir a segurança e eficácia do tratamento.

Referências

1. MILLER, R. (2008). Fundamentals of Pharmacology. 3rd ed. Pearson Education.
2. SHAW, L. J., et al. (2019). Angina and the Role of Vasodilators in Heart Disease. JAMA Cardiology.
3. WELLS, M. D. (2017). Pharmacotherapy: A Pathophysiologic Approach. 10th ed. McGraw-Hill Education.