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Aceclofenaco: Um Guia Completo sobre o Princípio Ativo e seu Uso Terapêutico

O aceclofenaco é um medicamento anti-inflamatório não esteroidal (AINE) amplamente utilizado para tratar condições inflamatórias agudas e crônicas. Derivado estruturalmente do diclofenaco, ele é reconhecido por suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas. Este artigo explora os detalhes farmacológicos, indicações, efeitos adversos e precauções relacionadas ao uso deste fármaco, com base nas evidências científicas disponíveis.

Apresentação e Composição

O aceclofenaco está disponível comercialmente sob nomes como Proflam, em comprimidos de 100 mg. A formulação inclui excipientes como celulose microcristalina, povidona e dióxido de titânio, essenciais para a estabilidade e biodisponibilidade do medicamento.

Indicações Terapêuticas

O aceclofenaco é indicado para:

Sua capacidade de inibir a enzima ciclo-oxigenase reduz a síntese de prostaglandinas, mediadoras da inflamação, promovendo alívio eficaz da dor.

Farmacologia e Modo de Ação

O aceclofenaco é absorvido rapidamente após administração oral, atingindo o pico plasmático em 1 a 3 horas. Aproximadamente 99% da droga se liga a proteínas plasmáticas, garantindo alta eficácia. Seus metabólitos, como o 4-hidroxiaceclofenaco, desempenham um papel adicional na ação anti-inflamatória.

Estudos mostram que ele é detectado no fluido sinovial em níveis significativos, uma característica importante no tratamento de doenças articulares. Sua meia-vida de eliminação é de aproximadamente 4 horas, sendo excretado principalmente pelos rins.

Posologia e Administração

  • Adultos: A dose recomendada é de 100 mg a cada 12 horas.
  • Idosos: Embora geralmente tolerado, requer monitoramento devido à maior suscetibilidade a efeitos adversos.
  • Insuficiência renal: Não há necessidade de ajuste em casos leves, mas é contraindicado em insuficiência grave.
  • Insuficiência hepática: Recomenda-se 100 mg/dia em pacientes com comprometimento leve.

Efeitos Adversos

Os efeitos colaterais mais comuns incluem:

  • Gastrointestinais: Dispepsia (7,5%), dor abdominal (6,2%) e náuseas.
  • Sistema Nervoso Central: Tontura (1%), vertigem (0,3%).
  • Hepáticos e renais: Elevações transitórias das enzimas hepáticas e retenção de fluidos.

Em raros casos, podem ocorrer reações alérgicas graves, incluindo anafilaxia.

Contraindicações e Advertências

O aceclofenaco não deve ser utilizado em:

  • Pacientes com hipersensibilidade ao diclofenaco ou outros AINEs.
  • Indivíduos com úlcera péptica ativa ou histórico de reações alérgicas severas.
  • Gestantes e lactantes, devido ao risco de fechamento prematuro do ducto arterioso fetal.

É crucial monitorar pacientes com condições renais, hepáticas ou cardiovasculares preexistentes, já que o medicamento pode exacerbar essas condições.

Interações Medicamentosas

Interações significativas incluem:

Considerações sobre Uso em Populações Específicas

  • Idosos: Maior risco de toxicidade gastrintestinal e cardiovascular.
  • Crianças: Não recomendado em menores de 12 anos, devido à falta de dados sobre segurança e eficácia.
  • Gravidez e lactação: Deve ser evitada, especialmente no terceiro trimestre.

Aspectos de Conservação e Armazenamento

O aceclofenaco deve ser armazenado em temperatura ambiente (15–30 °C), protegido da umidade e da luz direta. Seguir essas condições preserva sua eficácia.

 

O aceclofenaco é uma opção terapêutica eficaz para condições inflamatórias, oferecendo benefícios significativos na melhora da qualidade de vida de pacientes. No entanto, seu uso requer monitoramento cuidadoso devido ao potencial de efeitos adversos graves. A escolha por este medicamento deve ser sempre fundamentada em uma avaliação médica criteriosa, considerando os riscos e benefícios individuais.

Referências Bibliográficas

  1. McGettigan P, Henry D. “Cardiovascular risk and inhibition of cyclooxygenase: a systematic review of the observational studies of selective and nonselective inhibitors.” BMJ, 2006.
  2. Hinz B, Brune K. “Cyclooxygenase-2—10 years later.” J Pharmacol Exp Ther, 2002.
  3. Buer JK. “Origins and impact of the term NSAID.” Inflammopharmacology, 2014.


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